segunda-feira, 19 de novembro de 2012

E lá vamos nós outra vez....

Depois de tanto tempo, depois de uma correia, um casamento, uma lua de mel, cá estou eu, novamente tentando começar outra vez.
Os últimos cinco meses, desde a última publicação, foram loucos.
Como pode uma vida mudar assim tão de repente?
E cá estou eu, uma senhora casada, dona de casa, começando uma nova vida.
Porque afinal de contas, esta sou eu não é?
Sempre querendo um casulo pra sofrer uma mutação.
Pois é, mas desta vez, o salto foi grande.
A mil quilômetros de casa.

Goiânia é gostoso. Um dia bonito e um vento que assovia.
Pessoas com seus sotaques tão diferentes. Ninguém aqui fala igual a ninguém.
E é bom terminar frases com "sô" e ver todo mundo me olhar esquisito.
É estranho sair na rua e não ver ninguém conhecido. Às vezes me dá vontade de dar um tchauzinho pra alguém, só porque não faço isso faz tempo.

O engraçado é que ainda não caiu a ficha isso tudo.
Lavo roupa, arrumo a casa, me exercito, faço yoga, medito, leio, tudo aqui, a mil quilômetros.
E ainda não percebi que não é só pegar o telefone e encontrar a amiga no Magenta para um capuccino.
Ainda não entendi que pegar o celular pra ligar pra casa (da mãe) significa pagar iterurbano.
Mas espero que a ficha caia devagarzinho, para que tudo possa ser digerido, tudo possa ser aproveitado, com a calma e a tranquilidade que tudo deve ter.
Confesso que começo a sentir falta de rotina.
Mas não posso reclamar. 
Poder acordar às 9hs e fazer tudo que eu quiser com a calma que jamais tive, ah, isso é impagável.
Mas uma hora dessas começo a ter tudo outra vez. Começo a ter trabalho demais, correrias demais, prazos estourando e colegas de trabalho com cobranças.
Tudo a seu tempo, meu bom rapaz.
Afinal de contas, minha última lição de vida foi exatamente sobre ele, o tempo.
Sobre como ele é sábio. Como ele age de forma especial.
A vida é isso.
E é tão bom vê-la diante dos meus olhos. Eu quase posso tocá-la. 
Essa vida gostosinha. Essa coisa tão preciosa que a gente ganha quando nasce e depois fica aí desperdiçando com bobagens.
E então, começando outra vez, cá estou eu. 
Numa nova casa, numa nova cidade, numa nova vida.
Prontinha pra ser feliz todos os dias!

sexta-feira, 29 de junho de 2012





E meu corpo começa a botar pra fora tudo o que não lhe faz bem.
Assim como minha mente, repulsa todas as ideias desconformes.
Toda perturbação pulsante. Toda pedrinha que incomoda, toda dorzinha que lateja.
Meu corpo e minha mente começam a se entender.
E procuram equilíbrio.
Meu corpo aprende e ficar sobre os pés. E minha mente aprende a não ir longe demais.
A encontrar tudo aqui dentro.
Enfim tudo começa a se ajeitar dentro de mim.
A encontrar conforto e paz.
Enfim tudo começa.
Ou será que já havia começado e na verdade só agora percebo?
Talvez.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Espelho, espelho meu...



Ontem parei de frente a um vidro que claramente refletia minha imagem, dei de cara com um par de olhos negros brilhantes me olhando. Enquanto aguardava para seguir meu caminho, dei um sorrisinho e uma piscadinha.
Na hora me lembrei de quando eu era criança. Sempre tive a mania de mandar um beijinho pra mim quando me olhava no espelho. Era sempre assim. Um gracejo e um beijinho.
Mas também percebi que não me olhava assim há muito tempo. Muito tempo não ficava cara a cara comigo mesma. Muito tempo não olhava nos meus olhos, com essa sinceridade, com esses olhos brilhantes.
Me perguntei tantas coisas nos segundos que se seguiram e no resto do dia, fiquei lembrando dos meus olhos, de mim mesma e do que eu vejo quando me olho.
Claro que existem dias em que eu olho no espelho e não gosto do que vejo. Quilinhos a mais, espinha na testa, manchinhas no rosto, uma olheira que não me desgruda há algum tempo, cabelo que resseca nas pontas e fica oleoso na raiz por conta dos banhos quentes, rosto ressecado por conta do ácido que estou usando por causa das manchinhas.
Mas quando me olhei naquela tarde, não estava olhando para o que eu aparecia fisicamente, para o que eu olhava e geralmente reclamava, ou frequentemente apreciava, olhei lá pra dentro. E me perguntei o que eu vejo.
Depois me perguntei um pouco mais. Perguntei o que eu deixo que os outros vejam.
Continuando as perguntas, quis saber o que eu realmente sou e que não importa se vejam ou não, eu sou e pronto.
Depois da febre das redes sociais, a gente se inventa, a gente monta um perfil, a gente posta coisas pseudointelectuais, pseudobaladeiro, pseudocurtidor. E o que é que a gente é? Sem se inventar, sem se maquiar e que muitas vezes impedimos que todo o resto veja?
Nesse momento introspectivo, me pergunto, o que é que eu sou, mesmo que ninguém veja?
Eu sei que cada pessoa me vê de uma forma, a engraçadinha, a estressadinha e tantos outros conceitos de mim. E me pergunto, o que é que eu sou? Do que é que eu gosto? Do que é que eu não gosto?
Me lembrei da acupuntura, onde ela me fez quatro perguntas: - O que eu não gosto de fazer mas faço? - O que eu não gosto de fazer, mas faço? - O que eu mais gosto de fazer? - E o que eu não gosto de fazer?
Pasmem. Demorei mais tempo do que gostaria pra responder e não respondi certo, porque continuei repetindo as perguntas e elas mudaram várias vezes.
E percebo que hoje, pra mim é mais importante me conhecer do que pra  uma porção de gente.
Mas me conhecer faz com que eu vá além. E evolua. Como pessoa, como individuo. 
Estou feliz com as respostas que tenho encontrado. Com pessoas que tenho encontrado e contribuído com as respostas. Tenho ficado feliz por querer, por buscar, por não estar satisfeita. Uma insatisfação que é apenas um continuar, um prosseguir e em momento nenhum parar, desistir.
E o que é que seu espelho diz?
Vale a pena perguntar.

domingo, 17 de junho de 2012

O caminho do guerreiro




"É hora de acordar. Repentinamente, você percebeu como eram frágeis suas crenças. Aqueles que eram seus pilares agora são apenas vagas lembranças (...)
Você se magoou, sentiu dor. Isso também é bom. Se tivesse caído sobre algo macio, nem teria prestado atenção. Mas a verdade é que você aterrissou em outra realidade. Confuso, com a consciência conturbada. Sem compreender nada do que aconteceu. É como se até agora tivesse perdido seu tempo. Talvez até se envergonhe do que já fez. Olhando para trás, verá a si mesmo como alguém que se dedicou a coisas fúteis.
A dor cega. Ainda que não compreenda isso, sabe que o que lhe aconteceu é algo maravilhoso. Você já não é mais o mesmo de momentos atrás e, se for sábio o suficiente, nunca mais será. Agora, outras coisas o interessarão, você escalará outras montanhas. Enfrentará novos demônios, outros irmãos caminharão ao seu lado. Viva sua nova vida, enxergue com outros olhos. No entanto, esteja preparado para renascer. Outra vez. Pois é assim que você conseguirá chegar ao final do caminho." 

(Lucas Estrela Schultz)

Respira fundo e vai...



Inspira e expira. 
E é assim que venho conseguindo passar pelo furacão. Respirando fundo.
Olhando pra dentro, deixando pensamentos passarem, sem me apegar à eles.
É dessa forma que encaro o noivo indo pra outro estado, sobrinho nascendo e demorando um pouquinho pra vir pra casa, vida profissional agitada, preocupação com a saúde, entre tantas outras coisas novas...
Assim estou conseguindo me encontrar. 
Conseguindo na verdade reencontrar tudo aquilo que eu realmente acredito. Todas as minhas crenças, minha fé, meus valores, meus conceitos, minhas opiniões.
Sem encanar demais. Sem ser pesado demais.. Deixando tudo simplesmente acontecer.
Respostas chegarem.
Cuidando de mim. Com um certo egoísmo positivo. (Isso existe sim, tá)
Encontrando meu lugar.
Com a leveza necessária. 
Sem cobranças. Sem pressa. 
Olhando tudo. E deixando acontecer. Simplesmente acontecer.
Porque tudo é como deveria ser.

sábado, 16 de junho de 2012

Em construção...



E lá vou eu começar outra vez.
Porque tem dias que tudo que eu preciso é da companhia de minhas próprias palavras.
E escrevo pra mim e não para o mundo.
Já temos escritores e críticos demais.
Eu só quero tirar de dentro de mim toda essas palavras que transbordam e às vezes chegam a incomodar.
Não tenho pretensões.
Escrevo só porque escrever às vezes é tudo que tenho.
E me pergunto, em meio aos meus livros, revistas, objetos, em meu mundo particular: Quem é você afinal de contas menina?
Que consegue ser tanta coisa ao mesmo tempo. E se contradizer em tantos gostos.
E a resposta é que sou tudo o que misturei e vim me tornando ao longo dos anos.
E a resposta pra mim, é que está tudo certo. Está tudo bem em ser quem eu sou.
E porque não dizer, em estar como estou. Porque sou um amontoado de experiências. E ainda serei mais tantas outras.
Porque essa vida é isso, essa mutação e essa sequência.
E não estou pronta. 
Continuo seguindo em construção...