terça-feira, 19 de junho de 2012

Espelho, espelho meu...



Ontem parei de frente a um vidro que claramente refletia minha imagem, dei de cara com um par de olhos negros brilhantes me olhando. Enquanto aguardava para seguir meu caminho, dei um sorrisinho e uma piscadinha.
Na hora me lembrei de quando eu era criança. Sempre tive a mania de mandar um beijinho pra mim quando me olhava no espelho. Era sempre assim. Um gracejo e um beijinho.
Mas também percebi que não me olhava assim há muito tempo. Muito tempo não ficava cara a cara comigo mesma. Muito tempo não olhava nos meus olhos, com essa sinceridade, com esses olhos brilhantes.
Me perguntei tantas coisas nos segundos que se seguiram e no resto do dia, fiquei lembrando dos meus olhos, de mim mesma e do que eu vejo quando me olho.
Claro que existem dias em que eu olho no espelho e não gosto do que vejo. Quilinhos a mais, espinha na testa, manchinhas no rosto, uma olheira que não me desgruda há algum tempo, cabelo que resseca nas pontas e fica oleoso na raiz por conta dos banhos quentes, rosto ressecado por conta do ácido que estou usando por causa das manchinhas.
Mas quando me olhei naquela tarde, não estava olhando para o que eu aparecia fisicamente, para o que eu olhava e geralmente reclamava, ou frequentemente apreciava, olhei lá pra dentro. E me perguntei o que eu vejo.
Depois me perguntei um pouco mais. Perguntei o que eu deixo que os outros vejam.
Continuando as perguntas, quis saber o que eu realmente sou e que não importa se vejam ou não, eu sou e pronto.
Depois da febre das redes sociais, a gente se inventa, a gente monta um perfil, a gente posta coisas pseudointelectuais, pseudobaladeiro, pseudocurtidor. E o que é que a gente é? Sem se inventar, sem se maquiar e que muitas vezes impedimos que todo o resto veja?
Nesse momento introspectivo, me pergunto, o que é que eu sou, mesmo que ninguém veja?
Eu sei que cada pessoa me vê de uma forma, a engraçadinha, a estressadinha e tantos outros conceitos de mim. E me pergunto, o que é que eu sou? Do que é que eu gosto? Do que é que eu não gosto?
Me lembrei da acupuntura, onde ela me fez quatro perguntas: - O que eu não gosto de fazer mas faço? - O que eu não gosto de fazer, mas faço? - O que eu mais gosto de fazer? - E o que eu não gosto de fazer?
Pasmem. Demorei mais tempo do que gostaria pra responder e não respondi certo, porque continuei repetindo as perguntas e elas mudaram várias vezes.
E percebo que hoje, pra mim é mais importante me conhecer do que pra  uma porção de gente.
Mas me conhecer faz com que eu vá além. E evolua. Como pessoa, como individuo. 
Estou feliz com as respostas que tenho encontrado. Com pessoas que tenho encontrado e contribuído com as respostas. Tenho ficado feliz por querer, por buscar, por não estar satisfeita. Uma insatisfação que é apenas um continuar, um prosseguir e em momento nenhum parar, desistir.
E o que é que seu espelho diz?
Vale a pena perguntar.

Um comentário:

  1. Esse é meu lema sempre: crescer como pessoa, evoluir. E só nos conhecendo para tentar fazer isso.
    A gente vai aprendendo com o tempo minha amiga...

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